segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Colaboração em rede e educação

O avanço nas questões tecnológicas em nossos dias é cada vez mais expressivo. Temos um vasto campo de possibilidades que permite o vínculo de comunicação e troca de informações entre os mais variados segmentos de nossa sociedade. A extensão dessas inúmeras possibilidades envolve, não só o campo social, mas atua no nível econômico, no campo político, no campo cultural e atinge, sobretudo, a área educacional. Percebe-se claramente o crescimento dos debates sobre as influências dessa sociedade em rede, para definição dos caminhos humanos em tempos de interação digital, indo além das fronteiras temporais e espaciais.

Castells e Cardoso (2005) nos dão uma pequena amostra do âmbito e dos limites (se é que podemos pensar em limites) dessa verdadeira revolução que assistimos em nossos dias: A Sociedade em Rede é a nossa sociedade, a sociedade constituída por indivíduos, empresas e Estado operando num campo local, nacional e internacional” (CASTELLS & CARDOSO, 2005, p. 9). Essa interessante reflexão não só exemplifica o caráter da sociedade em rede como mais uma possibilidade de interação social, política e econômica como também especifica que essa é a “nossa sociedade” e, como tal, merece ser compreendida para que possamos retirar dela o melhor possível de suas possibilidades.

Se no campo teórico, como no trabalho de Castells e Cardoso, verificamos as possibilidades imensas dessa sociedade em rede, ao adentrarmos o campo prático, notamos que o universo apresentado pela sociedade em rede torna-se praticamente ilimitado, sobretudo na área educacional. A educação pressupõe a construção do conhecimento, a troca de informações, a aquisição de competências e habilidades nas mais diversas áreas e disciplinas. Entretanto, é conveniente sempre lembrarmos que a educação não se opera apenas nos espaços formais de aprendizagem (como as escolas, por exemplo). A educação, como um todo, pode e deve ser estimulada nos mais diversos espaços sociais possíveis. Compactuando os preceitos de uma sociedade em rede, fundamentada em recursos tecnológicos digitais, temos a nossa frente um arsenal de possibilidades educativas, fundadas na construção de conhecimentos em ambientes virtuais e embasadas no caráter colaborativo tão comum em ambientes educacionais.

Especificando uma das inúmeras possibilidades do universo digital, refletiremos um pouco sobre os blog´s, que representam “um dos primeiros reflexos de uma sociedade mais dinâmica e participativa na rede” (PARANHOS & MONTANARO, 2014). Esse caráter dinâmico e participativo está em total consonância com os objetivos fundamentais da educação. Ao fazermos uma pequena pesquisa verificando a existência de blog´s para um determinado assunto, como a música, por exemplo, temos à nossa disposição um universo amplo de possibilidades configurando um “espaço que não deve ser ignorado” (PARANHOS & MONTANARO, 2014).

Interessante observar, na confecção dos blog´s, as possibilidades de visualização que esses apresentam. A característica visual de um blog interfere muito no acesso e no interesse que o mesmo irá despertar em seus prováveis seguidores. Assim, há uma interessante relação entre forma e conteúdo, essa relação é perfeitamente observável em todo o universo digital, como um todo. Evidente que algumas pessoas são mais estimuladas ao estudo e à reflexão quando tem pela frente um ambiente amigável e de fácil navegação. Assim, notamos que é importante existir sempre um equilíbrio entre o caráter informativo e formativo do blog com as características estéticas do mesmo.

Outra questão interessante para nossas reflexões, além do caráter concreto e objetivo dos blog´s, são as possibilidades de interatividade. Essa possibilidade configura uma das mais importantes características da sociedade em rede. Aqui adentramos o caráter humano, individualizando uma relação social e estimulando a troca constante de informações além da construção do conhecimento entre os mais diversos usuários. O contato com pessoas que possuem objetivos em comum fortalece convicções conceituais, amplia o universo de uma determinada área de estudo, além de possibilitar a extensão das relações virtuais para o campo das relações humanas convencionais, inclusive em outros ambientes de interatividade virtual.

Quando pesquisamos determinados blogs (enfocando agora a área da música e da educação musical) verificamos a quantidade de autores competentes, seja por sua atuação como compositores, instrumentistas e músicos, seja por sua atuação na área educativa.[1] Notamos aqui uma vertente infindável de possibilidades interativas. Assuntos são tratados de forma clara e concisa, estabelecendo redes de informação que possibilitam pesquisas consistentes tanto para estudantes como para profissionais da música e da educação. A temática dos blog´s envolve desde aplicativos específicos para a área musical, passando por considerações na teoria da música (aqui o universo é imenso) e imersões nas áreas práticas de ensino e aprendizagem como na área do solfejo, da análise harmônica, da apreciação musical, para citarmos apenas alguns exemplos.

Em síntese, podemos notar a quantidade imensa de possibilidades educativas que os ambientes virtuais proporcionam, configurando a sociedade em rede como uma alternativa eficaz para o estímulo à educação permanente. Os conceitos educacionais de uma aprendizagem significativa e coerente dos antigos mestres e personalidades ligadas à educação entram em perfeita consonância com os preceitos atuais de uma sociedade em rede, com indivíduos preparados para o exercício de escolhas nesse grande oceano digital.

Referências Bibliográficas:

CASTELLS, M. & CARDOSO, G. (org.) A sociedade em rede – Do conhecimento à acção política. Conferência promovida pelo Presidente da República. 4 e 5 de março de 2005. Centro Cultural de Belém. Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 2005, Portugal. Disponível em <http://ead2.sead.ufscar.br/mod/resource/view.php?id=69711>. Acesso em 16 de ago. de 2014.

PARANHOS, A. G. & MONTANARO, P. R. Web 2.0. Curso de Educação Musical, UFSCar, 2014. Disponível em <http://ead2.sead.ufscar.br/mod/book/view.php?id=56515>. Acesso em 16 de ago. de 2014.




[1] Três exemplos que ilustram o potencial de alguns blog´s ligados à área musical e educacional:
a) http://www.licmus.blogspot.com.br/ - autor:  Cláudio Casarini,
 b) http://praticasemeducacaomusical.blogspot.com.br/ - autora: Patrícia Kebach
c) http://tutoriaisemmusica.wordpress.com/carlos-veiga-filh/ - autor: Carlos Veiga Filho


sábado, 6 de setembro de 2014

Podcast: O poder da música na sociedade

Olá pessoal!

Acabo de postar um podcast que aborda o pensamento de três filósofos gregos: Pitágoras, Platão e Aristóteles e o poder que a música exerce sobre os indivíduos e sobre a sociedade como um todo. Vale a pena dar uma ouvida!

Está nesse link: 


https://soundcloud.com/marrog-gorram/edmusical06092014/s-vt4Lt




O roteiro que elaborei para esse podcast foi baseado nas fontes de pesquisa que indico abaixo:

a) GROUT, Donald J. & PALISCA, Claude V. História da Música Ocidental. Lisboa: Gradiva, 1ª edição: novembro de 1994. Tradução de Ana Luísa Faria a partir do original inglês de 1988 "A History of Western Music" by W. W. Norton & Company, Inc.

b) TYGEL, Júlia Zanlorenzi. Material didático da disciplina História da Música 1. São Paulo: não editado, 2014.

c) VALIENGO, C. A educação musical no século XX: estudo comparativo entre duas instituições musicais em São Paulo. 2006, 151 p. Dissertação (Mestrado em Educação, comunicação e administração) - Universidade São Marcos, São Paulo, 2006. 

d) VALLIM, V. C. A produção musical na educação infantil: um desafio para a escola do futuro. 2003. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, UFSC, Florianópolis. 

e) Site www.musicoterapia.mus.br 


Espero que apreciem!

Forte Abraço!

Marcos.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Web 2.0 e Educação

Olá pessoal!

Segue abaixo um texto colaborativo que foi produzido em nosso curso de Educação Musical da UFSCar.

Espero que apreciem!

Forte Abraço!

Marcos.


UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO MUSICAL
Tecnologias de Internet para Educação Musical

Professor: Paulo Roberto Montanaro
Tutora: Mariana Derigi Ambrózio

Grupo 4: Marcos Rogério de Arruda
Marinês de Souza Mendes
Robson B. Branco da Conceição
Samuel Vaz
Anderson Sebastião Cunha de Souza
Marcelo Fonceca



Web 2.0 e Educação


Introdução

O avanço nas questões tecnológicas em nossos dias é cada vez mais expressivo. Temos um vasto campo de possibilidades que permite o vínculo de comunicação e troca de informações entre os mais variados segmentos de nossa sociedade, não só o campo social, mas também no nível econômico, no campo político, no campo cultural e, nosso tema principal, a área educacional.

Percebe-se claramente o crescimento dos debates sobre as influências da sociedade em rede, para definição dos caminhos humanos em tempos de interação digital, indo além das fronteiras temporais e espaciais.

Castells e Cardoso (2005) nos dão uma pequena amostra do âmbito e dos limites (se é que podemos pensar em limites) dessa verdadeira revolução de nossos dias: “A Sociedade em Rede é a nossa sociedade, a sociedade constituída por indivíduos, empresas e Estado operando num campo local, nacional e internacional”(CASTELLS & CARDOSO, 2005, p. 9). Esta interessante reflexão não só define o caráter da sociedade em rede como mais uma possibilidade de interação social, política e econômica como também especifica que essa é a “nossa sociedade” e, como tal, merece ser compreendida para que possamos retirar dela o melhor.

Se no campo teórico, como no trabalho de CASTELLS & CARDOSO, verificamos as oportunidades que a sociedade em rede nos oferece, ao adentrarmos o campo prático, notamos que o universo torna-se ilimitado, sobretudo na área educacional.

A educação pressupõe a construção do conhecimento, a troca de informações, a aquisição de habilidades nas mais diversas áreas e disciplinas. Entretanto, convém lembrar que a educação não acontece  apenas nos espaços formais de aprendizagem. Ela pode e deve ser estimulada nos mais diversos espaços sociais possíveis.

Compactuando com a realidade da sociedade em rede, fundamentada em recursos tecnológicos digitais, temos à nossa frente desafios fundados na construção de conhecimentos em ambientes virtuais e embasados no caráter colaborativo, fundamental aos ambientes educacionais.

Desenvolvimento

Antes ainda de avançar nos temas Educação e Educação Musical, vejamos alguns desdobramentos e exemplos desse novo cenário tecnológico que se apresenta há pelo menos três décadas pois, como já mencionado, a sociedade em rede atua em diversos níveis, sem contar que a história da humanidade é a história das tecnologias; abordar os aspectos citados mais adiante será útil para compreender a relação direta com a formação humana.

Social. Muito embora de modo desigual e conflitante porque, ao mesmo tempo, o mundo ainda enfrenta o problema da fome, das guerras, epidemias, desastres ambientais com consequências irremediáveis para populações inteiras, as novas tecnologias de comunicação e informação contribuem para uma noção ampliada da cidadania. Os diversos projetos de inclusão social, movimentos sociais armazenam e propagam suas ações e expectativas através de diversas mídias e comunidades virtuais (fóruns de discussão, listas blogs, computação em nuvem etc); isso permite o debate de ideias e as partilhas de experiências. É verdade que a utilização das tecnologias digitais têm provocado um reordenamento da ordem social. Cabe a nós, seres humanos,  tornar esse reordenamento plausível.

Progresso científico.  As tecnologias são fundamentais nas pesquisas científicas na medicina, biologia, no conhecimento da química, das inovações e, pensando nas ciências humanas, no aprimoramento dos métodos de pesquisa em história, antropologia, sociologia que, em última análise, devem servir à melhora da qualidade de vida e ao aprimoramento das sociedades. Por meio das redes virtuais, os conhecimentos científicos de uma área se tornam mais acessíveis aos cientistas de um modo geral. Dessa forma, para exemplificar, um estudo sociológico e/ou histórico sobre a incidência de doenças tropicais de uma população disponível na world wide web estará facilmente ao alcance dos pesquisadores das áreas médicas empenhados na descoberta de combate às tais doenças.

Comunicação e sociabilidade. “A sociedade em rede é uma sociedade hipersocial, não uma sociedade de isolamento.” (CASTELLS & CARDOSO, 2005). Cada vez mais se nota que as interações virtuais conduzem às interações geográficas. Grupos com interesses afins que se encontram em lugar previamente combinado; podemos citar os flash mobs, os eventos criados via facebook, congressos acadêmicos internacionais que são organizados virtualmente por e-mails, blogs específicos para o fim de organização de todos os aspectos que envolvem um evento acadêmico, grupos acadêmicos que discutem os temas virtualmente e decidem realizar fóruns, simpósios nas universidades, as videoconferências que ocorrem em ambientes acadêmicos e empresariais.

“Da mesma maneira, as novas formas de comunicação sem fios, desde o telefone móvel aos SMS, o WiFi e o WiMax, fazem aumentar substancialmente a sociabilidade, particularmente nos grupos mais jovens da população” (CASTELLS & CARDOSO, 2005).

Progresso econômico. Automação bancária, informatização presente na produção de bens, no design de produtos, no desenvolvimento de novos produtos e serviços, dos sistemas de informação industrial são desdobramentos dos avanços produzidos com as tecnologias. Voltando ao alerta colocado por CASTELL & CARDOSO (2005) de que isso por si não garante a elevação da humanidade à perfeição, uma vez que o desenvolvimento é desigual se consideramos o cenário geopolítico-econômico mundial e o testemunho da História de que as disputas por hegemonia geraram catástrofes humanas. Isto é, a tecnologia não basta para um ideal de sociedade colaborativa.

Aprimoramento das instituições. Vários países do mundo aprovaram leis de acesso à informação. Programas de gestão pública e mecanismos que descompliquem o acesso à informação sobre documentos pessoais e públicos necessitam inevitavelmente dos sistemas de inteligência virtual para serem bem sucedidos e privilegiar a sociedade no que tange à informações que devem ser públicas. Programas governamentais de inclusão digital, portais de transparência pública são ações que colocam as instituições a serviço do cidadão.

Educação. Conforme já dissemos, é sobretudo na Educação que devemos ampliar os esforços pela maior participação das novas tecnologias. Porque “há um grande hiato entre conhecimento e consciência pública, mediada pelo sistema de comunicação e pelo processamento de informação dentro das nossas «molduras» mentais” (CASTELLS & CARDOSO, 2005). E pensar em Educação, para além dos sistemas, é pensar no papel pedagógico do educador frente a essa realidade, diante de seus estudantes e também no papel do estudante.

Por molduras mentais compreende-se ideias de que a vida digital representa o futuro, de que os recursos tecnológicos interferem negativamente na aprendizagem pois ninguém mais quer aprender, não presta atenção às aulas, de que a escola é o único espaço de ensino. Pelo lado oposto, é um equívoco considerar que difundir a internet e/ou a presença de computadores nas escolas são suficientes para gerar conhecimento pois este é gerado pela humanidade desde sempre. Ambas as posturas são tradicionais e isentam o educador de seu novo desafio, o de se engajar num esforço estrutural de transformação de seu próprio papel em sala de aula ou nos espaços não formais de educação, uma vez que muitos dos saberes escolares estão fartamente disponíveis, até mesmo em jogos digitais. Via de regra, a realidade eletrônica-digital é mais próxima dos adolescentes e jovens. Pensar a educação não só no ambiente formal, a escola, mas também em outros ambientes é outro desdobramento do advento da sociedade em rede, sendo o ambiente virtual, um espaço não formal de importância singular na ciranda de saberes.

Há muito o educador não é detentor de todos os saberes e isso dever ser motivo para maior compromisso com uma prática pedagógica mais dialogada, de tomar para si a atitude de constante pesquisador crítico porque o estudante, em alguma etapa da sua construção do conhecimento, necessitará de orientação, de alguém que lhe ajude a interpretar os conteúdos descobertos e instigá-lo “a aprofundar suas pesquisas para além da internet”. Mas o estudante sempre deve ser convocado a partilhar seus saberes, a ter autonomia nos estudos e capacidade de opção por pontos de vistas sobre variados temas pois caminha inevitavelmente para a vida adulta em sociedade. O uso de plataformas de aprendizagem, da nuvem, dos sites e programas online precisam ter propósitos e conteúdos claros e o educador ter a consciência de que ele estará interagindo não somente com seus educandos mas com uma imensa rede mundial conectada microeletronicamente. 

Educação Musical. Nenhuma sociedade humana é capaz de ser saudável sem a experiência da arte, do belo.
"A cultura e o bem-estar devem ser percebidos como valores intrínsecos, não apenas como instrumentos económicos. Isto quer dizer que também temos de promover as formas de cultura que comercialmente não são lucrativas". (CASTELLS & CARDOSO, 2005, p. 365)

Eis o desafio posto aos arte-educadores, no nosso caso, educadores musicais. A arte, por suas características, necessita de criatividade, está muito além das questões sociais e econômicas. Pensemos, como exemplo, no compositor comprometido com a criação e produção de música orientado somente para consumo comercial, visando o lucro numa sociedade capitalista e não no aprimoramento da sensibilidade e desenvolvimento humanos.

Certamente os ideais criativos da arte tornam-se muito restritos se essa prática fosse efetuada. Talvez aqui esteja uma das maiores virtudes da Educação Musical, assim como da própria educação como um todo: ajudar nossos alunos a ter mais autonomia e critérios concisos para a escolha num grandioso universo. Um educador consciente saberá extrair o melhor de suas aulas, transformando as ferramentas (inclusive tecnológicas) educativas em saberes significativos para seus alunos.

Tanto para a educação básica e fundamental como na educação musical, a Web 2.0 se constitui numa plataforma de trabalho direto da internet. Sem contar nas inúmeras possibilidades de aplicação com softwares livres, as licenças via Creative Commons, as Wikis e outras que já citamos ao longo deste texto, facilitando e tornando mais intuitivas a produção de hipertextos, de jogos musicais, a criação de aplicativos de aprendizagem musical, plataformas midi, jukeboxes, sites online de aprendizagem, edição de partituras, aplicativos para estruturação, percepção e rítmica.

Conclusão

A Web 2.0 representa um dos maiores avanços humanos na área da comunicação em redes virtuais. Sabemos das possibilidades lesivas e massificantes dos aplicativos de informática e que podem ser prejudiciais às pessoas, sobretudo em crianças e adolescentes. É comum vermos em ambientes escolares, equipamentos sendo utilizados de forma mecânica e inconsequente, sem uma preocupação pedagógica consistente. Por outro lado, não podemos abdicar das virtudes dos grandes sistemas informatizados, facilitando a disseminação de saberes, favorecendo a comunicação entre as pessoas, além de serem altamente eficientes como instrumentos do conhecimento.

Torna-se fundamental, em nossos tempos, a utilização consciente e produtiva dos recursos tecnológicos digitais. A educação pode ser o meio mais efetivo, não só para o uso desses recursos, como também para a própria reflexão sobre esses usos. Não estaríamos aqui com um dos pilares da educação? Despertar o senso crítico e reflexivo de nossos alunos? Pois então, caros educadores, aproveitemos o caráter diversificado e atrativo das redes digitais para transformar a educação de nossos alunos em algo prazeroso e eficiente.

Temos muitos exemplos que poderiam estimular o uso consciente da internet. O desenvolvimento da competência leitora e escritora que é fundamental para o exercício da educação ou a multiplicidade de fontes de pesquisas em suas mais variadas formas, que é também um ponto forte dos ambientes virtuais. Essas são apenas duas dimensões que demonstram o potencial que temos em nossas mãos, como educadores. Resta-nos transformar essas potencialidades em realidades, utilizando a vasta informação disponível, para que esta se manifeste como um processo de formação efetiva junto a nossos alunos.



Referenciais teóricos

CASTELLS, M. & CARDOSO, G. (org.) A sociedade em rede – Do conhecimento à acção política. Conferência promovida pelo Presidente da República. 4 e 5 de março de 2005. Centro Cultural de Belém. Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 2005, Portugal. Disponível em <http://ead2.sead.ufscar.br/mod/resource/view.php?id=69711>. Acesso em 20 de ago. de 2014.


PARANHOS, A. G. & MONTANARO, P. R. Web 2.0. Curso de Educação Musical, UFSCar, 2014. Disponível em <http://ead2.sead.ufscar.br/mod/book/view.php?id=56515>. Acesso em 20 de ago. de 2014.


Sites consultados (último acesso em 01 set 2014):
http://porvir.org/porpensar/relatorio-aponta-nov-papel-professor/20140630
http://www.planetaeducacao.com.br/portal/imprimir.asp?noticia=4534



terça-feira, 5 de agosto de 2014

O papel da inclusão digital na educação musical



A temática da inclusão digital no Brasil tem sido objeto de constantes reflexões, sobretudo na área educacional. Percebemos atualmente o poder da informação em grandes redes de computadores, além da influência inegável dos recursos tecnológicos digitais. Cumpre-nos, em primeiro lugar conceituar a inclusão digital. Para tanto, utilizaremos a concisa reflexão de Montanaro (2014) que afirma:

Inclusão Digital é o ato de dar acesso à tecnologias de informação e comunicação a toda a população, oferecendo também todas as condições necessárias para que elas utilizem computadores e todo e qualquer dispositivo digital afim de buscar melhorias em suas condições de vida e de toda a sua comunidade.” (MONTANARO, 2014)

Observamos, portanto, que um processo de inclusão digital compreende, não só o domínio sobre tecnologias contemporâneas, mas, sobretudo um sistema que permita a inclusão social e o poder de escolhas num universo tão amplo de possibilidades. Compreendendo então a temática da inclusão digital, passamos a refletir sobre as relações entre esta e os processos de ensino e aprendizagem na Educação Musical.

Estamos num momento singular na história da educação brasileira. A EaD vem tomando um lugar cada vez mais destacado na ordem do dia das ações pedagógicas e, com ela, um novo paradigma tem sido apresentado, sobretudo nos cursos superiores do país. Um modelo de formação que contempla o acesso a tecnologias de informação e comunicação que não tem precedentes na educação presencial. Se por um lado temos grandes possibilidades educacionais rompendo as barreiras temporais e espaciais, por outro também temos novos desafios e questões que ainda não foram bem equacionadas no passado e permanecem fluentes na EaD, além de questões ligadas à própria modalidade, ora apresentada. Um dos maiores problemas que pode ilustrar estas questões mal resolvidas diz respeito ao plágio e aos direitos autorais (BRASIL, 1998).

A Educação Musical no Brasil tem sido objeto de discussões amplas a partir das considerações previstas em lei (LDBEN 9394/96) até a elaboração dos PCN´s (Parâmetros Curriculares Nacionais), passando pela atuação de entidades com a ABEM[1].

Nos cursos de licenciatura que incluem o uso de novas tecnologias, precisamos nos ater aos princípios básicos da educação sem omitir outros princípios que surgem por serem específicos de determinadas modalidades como é o caso da EaD. Percebemos que, na formação dos futuros educadores musicais, o conhecimento prévio do pensamento de grandes educadores deve ser uma premissa (como em qualquer formação de educadores, em qualquer área do conhecimento).

Os desafios educacionais relacionados ao uso de novas tecnologias também são tão importantes quanto a sua utilização. No caso da EaD, vemos que a utilização da Netiqueta nos ambientes virtuais de aprendizagem, o saber “ouvir”, o saber “falar”, o respeito ao pensamento do próximo, a humildade para reconhecer nossas limitações e falhas, todas estas questões devem ser colocadas na ordem do dia. Entretanto, seriam novas estas questões? A meu ver, estamos apenas num ambiente diferente, mas as noções elementares de convivência social harmoniosa são válidas em qualquer modalidade educacional.


O que temos pela frente, como educadores será a síntese do conhecimento adquirido no passado (daí a importância do estudo acadêmico, das citações de outros autores) com a interpretação de nossa realidade presente, e aí então, poderemos propor alternativas eficazes para a formação consciente e responsável de nossos alunos. O ensino da música é amplo por si mesmo. O mestre Fabiano Lozano em 1930 já alertava aos seus alunos:

"... só lhes resta um recurso: estudar, estudar sempre trabalhando o mais racional e intensamente possível, para alcançar o que outros já alcançaram, cientes sempre de que têm na frente o infinito." (LOZANO, 1969, p. 11)

A educação modifica-se com a sociedade, o desenvolvimento tecnológico parece não ter limites; entretanto, uma coisa é certa, continuamos humanos e temos pela frente o privilégio de encarar a formação de nossos alunos neste mar de possibilidades onde nossos corações e nossas mentes deverão estar em perfeita sintonia para que possamos criar uma verdadeira sinfonia educacional. Não será uma tarefa simples, nossos alunos precisam de orientação nestes já velhos tempos modernos...



Criança olhando o mar por Jaime JaimeJunior Disponível em:




Referências Bibliográficas:

BRASIL, Lei Federal n.º 9394 de 20 de dezembro de 1996 - Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em 05 de ago. de 2014.

BRASIL. Lei nº 9610 de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm> . Acesso em 05 de ago. de 2014.

LOZANO, Fabiano. Alegria das Escolas. 143. ed. São Paulo: Ricordi, 1969.

MONTANARO, P. R. A inclusão digital na sociedade em rede. Curso de Educação Musical, UFSCar, 2014. Disponível em <http://ead2.sead.ufscar.br/mod/book/view.php?id=69722>. Acesso em 05 de ago. de 2014.





[1] Associação Brasileira de Educação Musical. http://www.abemeducacaomusical.org.br.

Primeiras palavras

Olá pessoal!

Meu nome é Marcos, sou aluno da UFSCar, atualmente cursando o oitavo módulo de Educação Musical. Este blog tem a finalidade de propor reflexões sobre os caminhos da Educação Musical em nosso país. Questões sobre inclusão digital, recursos tecnológicos digitais, música, educação e cultura serão abordados num ambiente de interação e construção de conhecimentos. 

Você está convidado(a) a participar desse universo de possibilidades onde o limite é a sua capacidade de criação e reflexão. Seja sempre bem-vindo(a) nesse espaço virtual!

Forte Abraço!

Marcos.